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Banco Central planeja dobrar o volume de crédito para microempreendedores

Banco Central planeja dobrar o volume de crédito para microempreendedores

20 de novembro de 2019
Tempo de leitura: 4min 37seg

Com o objetivo de aumentar o crédito para microempreendedores e estimular a economia do País o Banco Central está preparando um conjunto de medidas para dobrar o volume de crédito para microempreendedores nos próximos quatro anos. No total o valor saltaria de R$ 62 bilhões para R$ 124 bilhões.

Os principais alvos são:

  • Trabalhadores autônomos que não se formalizaram;
  • Microempresários que já conseguiram firmar um negócio;
  • Brasileiros que sequer têm conta em banco, mas empreendem nas cidades e no meio rural.

Com isso o Banco do Brasil quer estimular o crescimento da economia, impulsionando negócios na camada de menor renda da população, elevar a concorrência no setor financeiro e, assim, reduzir taxas cobradas dos clientes.

O presidente do BC, Roberto Campos Neto, vem afirmando que ampliar o acesso dos pequenos ao mercado tem potencial de fazer a roda da economia voltar a girar e que a relação entre microcrédito, educação financeira, emprego e poupança é direta.

Ações

Com o lançamento do Programa Verde-Amarelo o Ministério da Economia quer ampliar o público do microcrédito orientado (previsto em lei, com necessidade de instrução específica da instituição financeira ao tomador, em geral com renda e nível de instrução baixos). A proposta é gerar 10 milhões de contratos, atingindo R$ 40 bilhões em operações até dezembro de 2022.

Hoje no Brasil, existem 2 milhões de contratos do tipo, e o estoque está em R$ 5,4 bilhões, apenas 0,2% do crédito no país. A linha é financiada pelos depósitos à vista dos bancos, que precisam destinar 2% desses recursos à modalidade.

A medida provisória 905/19, parte do Programa Verde-Amarelo, determina que o Conselho Monetário Nacional (CMN) suba esse percentual para 3%, e estabeleça algum custo aos bancos que não destinarem o dinheiro ao microcrédito. A MP ampliou os limites de enquadramento das empresas para requisitar o microcrédito orientado. O teto foi de R$ 200 mil para R$ 360 mil do faturamento bruto.

Atualmente, a instituição financeira que não destina 2% em linhas próprias de crédito ou não repassa o montante às instituições que atuam nesse filão - como o Banco do Nordeste - fica com os recursos no BC, sem remuneração. São R$ 340 milhões parados. A resolução que vai disciplinar a mudança deve sair ainda este ano.

Microcrédito amplo

Os planos do BC incluem a MP 905, mas vão além. A autoridade monetária mira o microcrédito amplo - concedido livremente pelas instituições financeiras a pessoas físicas e jurídicas, sem direcionamento específico para abertura ou expansão de negócios.

Técnicos explicam que parte relevante dos empréstimos a pessoas físicas acaba sendo direcionada a pequenos negócios, mesmo que não saia do banco com esse rótulo. É o dinheiro do empréstimo pessoal usado na compra de uma barraca de cachorro-quente, por exemplo.

Hoje, o BC ainda tem dificuldade de mensurar esses casos, mas a ideia é desenvolver, com os bancos, uma metodologia que permita avançar nessa seara. Segundo João Paulo Magalhães, chefe de subunidade do Departamento de Competição do BC, esse refinamento vai permitir que os bancos atuem mais fortemente no microcrédito.

Orientação presencial

Uma das mudanças na nova MP é que a desobrigatoriedade do atendimento presencial na contratação do microcrédito. Para o governo, reduzir a burocracia acelerará o ritmo de concessões.


Fonte: Jornal do Comércio

Escrito por: WD House / Assessoria de Imprensa Unicontab